Escrito por Larissa Chinaglia, Inbound da Mastertech
Já passou da hora das mulheres serem maioria nos cursos de tecnologia, concorda? Esse texto é para te mostrar que programar igual uma garota é simplesmente maravilhoso e todas deveriam fazer o teste. Então vem conhecer um pouco sobre esse universo e saiba como ingressar nesse mundo, mulher!
Eu quero propor uma questão para você refletir aqui, tudo bem?
Para isso, vamos lembrar de alguns pontos: mulheres são maiorias no ensino superior e estudam mais tempo, mas quando falamos de tecnologia e inovação, as mulheres são uma minoria esmagadora.
Agora vem a reflexão: Você se considera uma mulher na tecnologia?
Pode não ser o seu caso exatamente, mas muitas mulheres têm medo de responder sim para essa pergunta, afinal é comum escutar que “tecnologia não é coisa de menina”. Só que vamos refletir mais um pouco: Hoje em dia, quem não é da tecnologia?
Você provavelmente passa boa parte do seu dia ao lado de um celular com um processamento maior do que aquele que levou um foguete para a lua. Sim, todas nós estamos, de alguma forma ou de outra, envolvidas com tecnologia. Isso significa que você pode até não saber ou não assumir, mas você é uma mulher na tecnologia.
Um dado bem importante é que, de acordo com o Code.org, até o ano de 2020 (ou seja, logo aí) teremos 1,4 milhões de vagas dentro da área de computação! Infelizmente, o Code.org também nos mostra que não temos mão de obra qualificada suficiente. A estimativa é que apenas 400.000 vagas sejam preenchidas.
Então vemos um grande problema: por que não estamos estudando tecnologia?
Antes de responder essa pergunta é importante entender o que acontece (e aconteceu) dentro das áreas de tecnologia.
É baixo mesmo o número de mulheres na tecnologia?
Bem, vamos começar por uma campanha.
A Microsoft fez uma ação incrível: recrutou algumas garotas que são apaixonadas por tecnologia e ciências, e pediu para que cada garota contasse um sonho. As respostas foram achar a cura contra o câncer de mama e resolver os problemas da mudança climática.
Depois, a Microsoft entregou um ambiente estimulante para que elas pudessem expressar e sentir esse desejo se tornando verdade. Mas no final, a empresa trouxe a notícia ruim:
apenas 6.7% das mulheres formam com um diploma em ciência, tecnologia, engenharia ou matemática. Ou seja, as chances de serem elas a resolverem esse problema são pequenas.
A parte mais incrível fica quando as meninas mostram que querem mudar isso. Assista a campanha:
Essa campanha mostra dados de ciência, tecnologia, engenharia ou matemática no geral. Quando falamos apenas de Ciências da Computação, por exemplo, o número é ainda menor.
Você sabia que um estudo constatou que as meninas de 15 anos de idade em todo o mundo superam os meninos em ciência, exceto nos EUA, Grã-Bretanha e Canadá?
Isso significa que até a adolescência as notas de matemática entre meninos e meninas não são diferentes. Isso deixa claro que meninas também pertencem ao universo das exatas. Além disso, as meninas estão começando a consumir tecnologia cada vez mais cedo. Prova disso é que elas já são a maioria dos usuários em redes sociais como Twitter e Facebook!
Um exemplo real dessa porcentagem é a Camila Achutti, Co-Founder da Mastertech. No seu primeiro dia de aula em ciência da computação no IME, ela já percebeu que sua sala de aula era composta basicamente por meninos. Na sua turma, ela foi a única menina que se formou. Felizmente, ela criou logo nos seus primeiros dias de aula o blog Mulheres na Computação, que ajudou outras meninas a não desistirem de se formar em áreas de tecnologia.
Mas então porquê a porcentagem de mulher na tecnologia ainda é tão baixa?
Dentre as possíveis respostas, separamos o comentário da Reshma Saujani, fundadora do programa Girls Who Code:
“Temos de nos concentrar nas meninas porque, ao contrário dos meninos, elas são ensinadas desde cedo que os campos de computação e tecnologia não são para elas. São inundadas com retratos de mídia do menino gênio, do magnata da tecnologia e do cientista louco. Ao crescer, ganham uma boneca da moda que diz: “Matemática é um saco!” e são vendidas camisetas que dizem “Alérgicas à Álgebra.”
Além disso, você sabia que em média, apenas 30% dos funcionários das maiores empresas de tecnologia do mundo (Google, Facebook, Microsoft e Apple) são mulheres? É uma taxa bastante baixa. Sabia que apenas 16% dos empregados da área de TI do Facebook, por exemplo, são mulheres? Veja os dados das quatro empresas neste infográfico da Exame.
Se nas grandes empresas essa taxa já é triste, nas startups isso fica pior: 1,3% das startups analisadas tinham mulheres como fundadoras e 6,5% mantinham uma mulher como CEO. O estudo analisou mais de 20 mil startups americanas. (Segundo dados da Dow Jones VentureSource).
Disparidade de gênero no mercado da computação:
Fonte: Stack Overflow Developer Survey/2015 (estudo feito com 157 países)
Com esses dados fica difícil reafirmar que lugar que mulher é na tecnologia, infelizmente.
Mas vou te contar que nem sempre foi assim, sabia?
Aqui no Brasil, lá na USP
Se você tivesse entrado na primeira turma do bacharelado de Ciência da Computação do IME no ano de 1974 você teria encontrado uma sala com 70% de mulheres! Sim, isso é verdade. Naquela época, a computação era um desdobramento do curso de matemática, até então composto por mais mulheres.
Em 1800 teve avanços tecnologicos?
Claro, e graças a uma mulher.
Bem antes da primeira turma de Ciências da Computação do IME, as mulheres já deixaram uma marca na área de tecnologia. Um exemplo disso foi a Ada Lovelace. A Condessa de Lovelace foi uma matemática inglesa, traduziu os textos de Luigi Menabrea, um matemático italiano, sobre as ferramentas analiticas de Charles Babbage, um matemático inglês.
Ada era cercada de matemática na sua vida, e o resultado disso foi o primeiro algoritmo criado na história. Isso aconteceu em 1843 ou seja, bem antes da existência de máquinas que pudessem processar o algoritmo.
E como a melhorar essas porcentagens?
Pode parecer muito óbvio, mas a verdade é uma: incentivando mulheres a estudarem tecnologia.
“Temos que trabalhar na inserção de mulheres. Precisamos expor e formar maior volume de talentos. Com isso vamos conseguir nutrir nosso pipeline e criar um cenário favorável para uma tecnologia mais diversa.” – Camila Achutti.
A frase da Camila resume muito bem o que precisamos: expor exemplos e formar talentos!
Precisamos expor exemplos!
Quantas mulheres na tecnologia vieram a sua mente enquanto você lia esse texto? É muito difícil você se imaginar fazendo algo que ninguém como você está fazendo.
Nós ainda temos um estereótipo de programador muito fechadinho: homem, barbudo, sujo e que come, dorme e vive na frente do computador. Acho que já chegou a hora desse estereótipo cair por terra! Computação não é ficar preso em frente a um computador. Computação não precisa ser só para homens.
Precisamos formar talentos!
É óbvio, mas é verdade. Vamos ensinar essas mulheres a programarem.
A Mastertech, escola de habilidades do século XXI, se preocupa com a formação de novos talentos. Hoje temos uma porcentagem 52% de meninas nos nossos cursos de programação, e ainda não estamos satisfeitas com isso. O curso para dar o primeiro pontapé no mundo da tecnologia é o “Aprenda a programar em um final de semana”, e pode ser uma ótima oportunidade para você se descobrir uma mulher na tecnologia.