Gestão de Produto

Como a lógica 70/20/10 pode ajudar a dimensionar melhor o budget para inovação

By blogadmin

March 12, 2025

Quando o assunto é budget para inovação, sabemos que não basta apenas garantir o investimento, a forma como ele é distribuído pode determinar o sucesso ou o fracasso das iniciativas.

E quando o cenário é uma empresa que não nasceu digital, esse desafio se torna ainda mais crítico. O orçamento para inovação precisa coexistir com investimentos tradicionais, e a disputa por recursos geralmente favorece áreas com retorno mais previsível. Se todo o investimento for para otimizações incrementais, a empresa pode se tornar mais eficiente no presente, mas estagnar no futuro. Se for direcionado demais para apostas disruptivas, o risco de desperdício sem retorno claro aumenta.

Para evitar esses extremos, muitas lideranças de produto e tecnologia adotam a lógica 70/20/10. Essa abordagem não determina quanto investir, mas ajuda a responder uma pergunta essencial: como distribuir o orçamento de maneira equilibrada entre curto, médio e longo prazo?

A lógica 70/20/10 e por que ela faz sentido para inovação?

O modelo 70/20/10 foi originalmente desenvolvido para o planejamento social e desenvolvimento de talentos. No entanto, foi Eric Schmidt, ex-CEO do Google, quem popularizou essa lógica dentro do contexto de inovação. Ao introduzir esse framework na empresa, Schmidt ajudou a consolidar uma abordagem estruturada para a distribuição de investimentos em inovação.

Desde então, empresas como 3M e Unilever passaram a utilizar essa lógica para garantir que o budget de inovação fosse distribuído de maneira equilibrada entre o que já funciona, o que pode ser expandido e o que precisa ser explorado.

A premissa central é simples:

A abordagem 70/20/10 não é um modelo fixo, e muitas empresas encontram desafios ao tentar implementá-la sem ajustes. Nem toda organização tem o perfil ou o interesse de adotar a mesma dinâmica do Google. O essencial não é replicar os percentuais exatos, mas encontrar um equilíbrio estratégico entre inovação incremental, adjacente e disruptiva, adaptando a distribuição dos recursos de acordo com os objetivos e o contexto específico do negócio.

Criamos uma ferramenta simples para ajudar a ter uma noção clara de como distribuir o budget de inovação. Ela não substitui uma análise detalhada, mas permite comparar outras sugestões de modelos de alocação e visualizar como cada estratégia impacta cada ponto. Basta inserir o orçamento total e escolher um modelo para ver os percentuais aplicados automaticamente. Acesse a ferramenta preenchendo os campos abaixo:

Como aplicar a lógica 70/20/10 ao seu budget de inovação?

 1. Defina a estratégia de inovação antes de distribuir o orçamento

Antes de alocar recursos, é essencial entender o papel da inovação dentro da estratégia da empresa. Algumas perguntas que ajudam nesse processo:

– A empresa quer fortalecer o core business ou explorar novas frentes de receita? – O objetivo principal é eficiência operacional, crescimento de mercado ou diferenciação? – Há iniciativas estratégicas já em andamento que precisam de funding adicional?

2. Alocar os 70% em Inovação Incremental (baixo risco, alto impacto no curto prazo)

Essa é a parte do budget que gera retorno mais previsível e mantém a inovação conectada ao crescimento imediato do negócio.

Exemplos de onde investir:– Automação de processos para reduzir custos e aumentar eficiência.– Melhorias em produtos e serviços existentes para aumentar retenção de clientes.– Uso de tecnologia para otimizar operações internas.

Dica: Esse orçamento deve estar vinculado a KPIs claros, como redução de custos operacionais ou aumento na conversão de clientes.

3. Direcionar 20% para Inovação Adjacente (expansão controlada do core business)

Essa fatia do orçamento é voltada para explorar novos produtos, serviços ou mercados relacionados ao core da empresa.

Exemplos de onde investir:– Criação de novas features que ampliam a proposta de valor do produto atual.– Entrada em novos segmentos de clientes sem sair do core business.– Uso de novas tecnologias para expandir ofertas existentes.

4. Destinar 10% para Inovação Disruptiva (apostas estratégicas de alto potencial)

Aqui estão os investimentos que podem se tornar a próxima grande oportunidade da empresa. O risco é maior, mas o impacto pode ser transformacional.

Exemplos de onde investir:– Exploração de novas tecnologias – Modelos de negócios completamente novos.– Produtos que podem canibalizar os atuais, mas criam vantagem competitiva no longo prazo.

Dica: Como o risco aqui é maior, esses projetos devem ser financiados em fases, com budget liberado conforme evidências de tração aparecem.

E se o budget estiver mal distribuído?

Se a empresa já tem um orçamento de inovação, mas está alocando tudo em inovação incremental, há um problema sério de falta de visão de longo prazo.

Sinais de que o budget está mal dimensionado:– A maior parte do investimento está em melhorias operacionais, sem novas fontes de receita.– Não há espaço para testar novas ideias ou explorar mercados adjacentes.– Projetos disruptivos são discutidos, mas nunca recebem funding real.

Como corrigir?

A lógica 70/20/10 não define quanto a empresa deve investir em inovação, mas resolve como distribuir esse investimento de forma inteligente.

Empresas que seguem essa abordagem garantem previsibilidade financeira, equilibram riscos em diferentes níveis de impacto e impulsionam novos crescimentos sem afetar a operação atual.

Se a sua empresa já tem um budget para inovação, mas ainda não o dimensiona de forma estratégica, aplicar essa lógica pode ser o passo que falta para transformar investimento em resultados reais. Mas se o maior desafio está em garantir que as ideias saiam do papel com velocidade e qualidade, vale avaliar se os times e processos estão estruturados para entregar com eficiência.

Algumas empresas têm adotado modelos flexíveis, combinando especialistas externos e internos para acelerar a inovação sem perder controle sobre o impacto no negócio. Quer entender como esse modelo pode se aplicar à sua realidade? Clique aqui e fale um dos nossos especialistas de Produto.