Se você é um líder de produto ou tecnologia, sabe como a organização é fundamental para garantir que os projetos fluam sem obstáculos. Mas como criar equipes que trabalham de forma eficiente e produtiva?
Neste texto, iremos introduzir a importância da topologia de times, a influência da Lei de Conway e a gestão da carga cognitiva. Além disso, apresentaremos três exemplos de empresas bem-sucedidas, incluindo o Spotify (case famosinho no assunto) para compreender como elas se organizam e alcançam resultados excepcionais.
Você está construindo produto do jeito certo?
Muito se fala sobre a construção do produto certo e, embora essa seja uma premissa fundamental e muito disseminada, a estruturação adequada de um time de produto e tecnologia também é essencial para garantir alta performance.
O que é Topologia de Times?
Recomendamos fortemente a leitura do livro “Team Topologies” para uma compreensão muito mais ampla e detalhada do assunto e, se você quiser conferir uma breve introdução aos princípios básicos do assunto, continue a leitura.
A Topologia de Times é uma abordagem para organização de equipes que se concentra na comunicação e colaboração entre os membros. A ideia é que, ao criar uma estrutura organizacional que permita a comunicação e a colaboração efetiva entre as pessoas, você pode aumentar a eficiência e a produtividade da equipe como um todo.
Para implementar essa abordagem, é importante considerar os principais tipos de equipe em Topologias de Time:
- Times Funcionais: Nesse modelo, os membros da equipe são agrupados de acordo com suas habilidades técnicas ou áreas de especialização. Cada membro atua em uma função específica, como desenvolvimento, design ou testes. Essa abordagem é comum em empresas com produtos simples e pouca complexidade.
- Times Multidisciplinares: Nesse modelo, os times são compostos por profissionais de diferentes habilidades e competências necessárias para entregar um produto completo. Essa abordagem permite uma colaboração mais integrada e eficiente, incentivando a troca de conhecimentos e a busca por soluções conjuntas.
- Times Autônomos: Esse modelo enfatiza a autonomia dos times, concedendo-lhes a responsabilidade total por um produto ou uma funcionalidade específica. Os times têm controle sobre o processo de desenvolvimento, desde o planejamento até a entrega, o que permite uma maior agilidade e capacidade de resposta às demandas do mercado.
- Times em Células: Nesse modelo, os times são organizados em pequenas unidades independentes, chamadas de células, cada uma responsável por um aspecto específico do produto. Essa abordagem é particularmente útil em empresas com produtos complexos, permitindo a especialização e a gestão eficiente de grandes projetos.
Cada tipo de equipe tem suas próprias vantagens e desvantagens, e é importante que os líderes saibam como se comunicar efetivamente com cada uma.
Conheça a Lei de Conway
A Lei de Conway é uma observação sobre a relação entre a estrutura organizacional de uma equipe e o design do sistema que ela produz. A lei afirma que “as organizações que projetam sistemas… estão inevitavelmente limitadas a produzir projetos com estruturas de comunicação que são cópias das estruturas de comunicação dessas organizações”. Em outras palavras, a estrutura organizacional de uma empresa influencia diretamente a arquitetura dos sistemas que ela desenvolve.
Essa lei destaca a importância de alinhar a estrutura organizacional com a arquitetura desejada para os sistemas. Se uma empresa deseja criar um sistema altamente modular e colaborativo, é necessário que sua estrutura organizacional também seja modular e permita uma comunicação eficiente entre as equipes.
Como você está distribuindo a carga de trabalho entre o time? A carga cognitiva refere-se à quantidade de esforço mental exigida para realizar uma determinada tarefa. No contexto de um time de produto e tecnologia, a carga cognitiva está relacionada à complexidade das atividades desempenhadas pelos membros da equipe.
Pare de desperdiçar talentos! Uma estrutura de time mal planejada ou uma carga cognitiva excessiva podem levar a problemas como sobrecarga de informações, dificuldade na tomada de decisões e diminuição da produtividade. Portanto, é essencial distribuir adequadamente as responsabilidades, considerar a experiência e as capacidades individuais dos membros da equipe e utilizar ferramentas e processos que ajudem a reduzir a carga cognitiva.
Embora a gente viva uma corrida pelos melhores talentos, continuamos em busca de “super heróis e heroínas” que dominam todas as tecnologias, ferramentas e soft skills, mesmo quando não precisamos de uma pessoa tão generalista.
- Será que uma outra pessoa mais especializada não cumpriria o desafio?
- Será que você está buscando a pessoa errada por dificuldade nas decisões de tecnologia, estratégia de produto e porque muda constantemente seu roadmap?
Lembre-se que é muito mais fácil contratar quando você sabe exatamente o talento que precisa: você vai ganhar tempo e vai ter um custo muito menor.
Estruturando times na prática
Conheça as abordagens que as empresas famosinhas usam na estrutura de seus times:
- Spotify: O Spotify é conhecido por adotar uma abordagem de times autônomos, nos quais cada time é responsável por uma área específica do produto, como playlists, recomendações ou funcionalidades sociais. Esses times têm autonomia para tomar decisões e são organizados em torno de um objetivo comum. Essa estrutura permite uma maior agilidade, favorece a inovação e estimula a colaboração entre os membros da equipe.
- Amazon: A Amazon é uma empresa que valoriza a descentralização e utiliza o modelo de times multidisciplinares. Cada time é responsável por um produto ou serviço específico e tem a liberdade de tomar decisões relacionadas a ele. Essa abordagem promove a responsabilidade individual e a colaboração entre os times, permitindo que a empresa se adapte rapidamente às mudanças do mercado.
- Google: O Google adota uma abordagem de times em células para lidar com seus projetos complexos. Cada célula é formada por engenheiros, designers e gerentes de produto, que trabalham juntos para desenvolver uma parte específica do produto. Essa estrutura permite uma especialização profunda, facilitando a gestão de grandes projetos e estimulando a inovação.
De fato, a estruturação de um time de produto e tecnologia é uma tarefa essencial para que o seu time chegue no topo do desempenho. A escolha da topologia de times adequada, a compreensão da Lei de Conway e a gestão eficiente da carga cognitiva são elementos fundamentais para garantir o bom funcionamento e a colaboração efetiva da equipe.
Os exemplos do Spotify, Amazon e Google demonstram que diferentes modelos organizacionais podem ser aplicados com sucesso, desde que estejam alinhados com os objetivos da empresa e as características do produto. Portanto, cabe aos líderes de produto e tecnologia avaliar cuidadosamente essas abordagens e adaptá-las às necessidades específicas de suas empresas.
Não deixe de conferir e estudar mais exemplos de topologias de times no mercado (clique aqui para alguns). E se quiser saber por onde começar, aqui está um guia prático (clique aqui e confira o infográfico).