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Como alinhar tecnologia às prioridades do negócio? Quais métricas realmente ajudam a medir impacto e performance? E como liderar equipes de tech em um setor tão dinâmico quanto o varejo? Nesta conversa, exploramos temas cruciais para quem busca transformar tecnologia em um pilar estratégico, sem perder de vista a sustentabilidade e a eficiência.
Nelson Robson, Gerente de Tecnologia da Lojas Edmil, compartilha suas experiências e aprendizados à frente de grandes projetos. Com uma visão prática e estratégica, ele mostra como a comunicação, a priorização e a gestão de métricas podem moldar equipes mais alinhadas e produtos mais relevantes.
BossaBox — Quais aprendizados você levaria da Lojas Edmil para outros projetos e equipes de tech e produto do setor de varejo?
Nelson Robson — Em projetos de tecnologia no setor de varejo, um dos grandes aprendizados é a importância de alinhar as expectativas das áreas de negócio com as prioridades da equipe de tech. Isso vai além de apenas comunicar as entregas; significa criar uma rotina de conexão entre o que o negócio precisa e o que a tecnologia pode entregar. Um exemplo disso é a necessidade, em alguns momentos, de priorizar débitos técnicos ou refatorações — tarefas que, à primeira vista, não aumentam diretamente as vendas, mas que são vitais para a sustentabilidade do produto. É aqui que entra uma habilidade essencial: a comunicação como hardskill.
Muitas vezes, a equipe técnica precisa explicar para outras áreas por que uma atualização de infraestrutura, por exemplo, é mais importante do que uma nova funcionalidade de vendas. A clareza nessa comunicação gera confiança e entendimento, facilitando a tomada de decisões estratégicas e a aprovação de iniciativas de longo prazo.
Outro grande aprendizado é sobre a gestão de prioridades, algo que se aplica a qualquer empresa no varejo. Nenhum planejamento sobrevive ileso a diversas mudanças, por isso as prioridades precisam estar alinhadas com o conselho e a alta direção. Quando as decisões estratégicas são discutidas no nível certo, as equipes táticas conseguem traçar as soluções, e a equipe operacional executa as entregas com direção clara. Esse fluxo evita retrabalhos e garante que as iniciativas de tech estejam sempre alinhadas com o core do negócio.
O varejo é um setor em constante transformação, e os aprendizados de um projeto podem ser a base para o sucesso de outro. Priorização e comunicação são fatores essenciais para tornar essa transformação sustentável e conectada com os objetivos de toda a organização.
BossaBox — Como você avalia o impacto das métricas DORA na eficiência das equipes e nas entregas de alto nível?
Nelson Robson — Estamos em um processo evolutivo na adoção de DORA Metrics, uma jornada que trouxe insights valiosos para nosso trabalho com produtos digitais e projetos de modernização. DORA Metrics nos ajudam a identificar gargalos e ajustar a produtividade das equipes, mas não abordam diretamente questões de comunicação ou cultura, que também impactam a inovação.
Para trazer valor real ao time, primeiro tivemos que investir na construção de uma infraestrutura que permitisse medir as entregas de forma consistente. Observamos que, para produtos digitais – sejam novos ou já maduros – as DORA Metrics fazem bastante sentido. Elas oferecem uma visão clara do fluxo de desenvolvimento, ajudando a detectar rapidamente onde podemos acelerar.
No entanto, quando lidamos com projetos que exigem uma abordagem mais tradicional, como a modernização de uma aplicação com mais de 20 anos, adaptar nossa gestão para focar em entregas menores, em vez de métricas como deployment frequency, foi essencial. Assim, conseguimos controlar melhor o escopo e mensurar o progresso com outras métricas, como lead time, cycle time e o planejado versus realizado.
Esses aprendizados nos mostraram que compreender a natureza do projeto e a maturidade do produto é fundamental para decidir entre DORA Metrics e outras métricas mais tradicionais. Essa escolha faz toda a diferença na forma como lidamos com o planejamento e execução, e ajuda a adaptar a medição para gerar o maior valor possível em cada contexto.
Outro grande aprendizado foi a importância de conectar métricas com o negócio. Por exemplo, ao correlacionar as DORA Metrics com a disponibilidade de um novo serviço lançado e os resultados em vendas, conseguimos demonstrar de forma tangível o impacto do trabalho do time no crescimento da empresa. Este tipo de abordagem aumenta a transparência e reforça a relevância das métricas para todos os envolvidos – da equipe de tech à alta gestão.
Em resumo, adotar DORA Metrics e outras métricas de forma estratégica, alinhadas ao contexto de cada projeto e produto, transforma não só a forma como mensuramos as entregas, mas também como conectamos tecnologia com os objetivos de negócio.
BossaBox — Quais habilidades você acredita serem fundamentais para um líder de tecnologia que atua em empresas onde o core não é digital?
Nelson Robson — Em empresas não-Tech, a área de tecnologia precisa ser vista como uma parceira estratégica, que impulsiona diretamente o Core Business. Abaixo, compartilho três habilidades essenciais para líderes de tecnologia que buscam gerar valor e impacto:
Essas três habilidades — comunicação estratégica, liderança coaching e cultura de excelência técnica — se complementam e, juntas, criam uma base sólida para que a área de tecnologia se posicione como um verdadeiro pilar de valor em empresas não-Tech. Em um mercado onde a experiência do cliente é cada vez mais central, são essas habilidades que definem a capacidade da equipe de tech de contribuir efetivamente para o sucesso do negócio.
BossaBox — Na sua experiência, quais são os quatro maiores desafios que um gerente de tecnologia enfrenta hoje? E como você costuma lidar com cada um deles?
Nelson Robson — Em um cenário de rápidas transformações e alta competitividade, os gerentes de tecnologia enfrentam desafios cada vez mais complexos. Para liderar com eficiência e gerar impacto, eles precisam dominar uma combinação de visão estratégica, cultura de dados, inovação em engenharia e capacitação contínua. Aqui estão os quatro maiores desafios que um gerente de tecnologia enfrenta:
Esses quatro desafios demandam um conjunto de habilidades e estratégias multifacetadas. Cada um deles contribui para o fortalecimento de uma área de tecnologia que seja não apenas um suporte, mas um verdadeiro motor para a inovação e o crescimento do negócio.
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BossaBox — Quais benefícios você enxerga em contar com parceiros especializados para acelerar projetos de tecnologia e trazer novas perspectivas ao time?
Nelson Robson — Conseguir especialistas de alto nível para atuar em projetos de tecnologia em um mercado tão aquecido é um dos maiores desafios que enfrentamos hoje. Foi nesse cenário que encontrei na BossaBox o parceiro ideal para contratar estrategicamente, especialmente quando preciso de profissionais seniores para projetos críticos e não consigo atender a demanda internamente.
A flexibilidade e a qualidade dos profissionais da BossaBox têm feito a diferença: com eles, posso escalar rapidamente as equipes e garantir o nível de experiência necessário para entregar projetos complexos com excelência. Essa parceria me permite não só suprir a falta de mão de obra qualificada, mas também manter o ritmo de inovação que nossos projetos exigem.
Para quem busca profissionais experientes em um mercado competitivo, ter a BossaBox como parceira estratégica é, sem dúvida, uma vantagem que agrega agilidade e expertise aos times.
BossaBox — Quais livros, blogs, newsletters ou podcasts você indicaria para gerentes de tecnologia que querem aprofundar suas habilidades e se manter atualizados?
Nelson Robson — Livro: Os primeiros 90 dias de Michael Watkins
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