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Olá, ele nem chegou direito e já está morrendo?
Segundo Janessa Lantz, do RJ Metrics, em parte sim. Mas não vamos nos antecipar, temos muito pra discutir ainda.
Vamos lá?
Estamos presenciando um pico de conteúdo. Como assim? Às vezes você sente que lê, assiste, ouve muito mais informação do que antes? E que depois de um período de hype, animação e muito consumo você meio que não tem mais tanto saco? Isso se chama pico de conteúdo, ou seja, é aquele momento de extrema saturação que você simplesmente não consegue absorver mais nada.
É por esse motivo que a estratégia de marketing de conteúdo não é mais tão eficaz quanto antes. Chegamos a um estágio em que se produz uma enorme quantidade de informação sem uma demanda que queira consumi-la. Que fisicamente não tem mais tesão em olhar “só mais um artigo”.
Olha isso. Ano passado a Buzzsumo analisou um milhão de blog posts. Os resultados foram assustadores para qualquer marqueteiro ou growth hacker. Segundo a empresa, 50% dos posts são compartilhados 8 vezes ou menos. Fica ainda mais assustador quando eles afirmam que 75% dos posts são compartilhados menos que 39 vezes.
E o terror não para por ai. Conteúdo de qualidade também não está blindado da enorme queda de compartilhamento dos últimos tempos. Por exemplo, a Buffer, referência em produção de conteúdo, teve uma queda nos compartilhamentos por post de 42% no período de um ano (de 2015 para 2016).
Mas isso era previsto? Meio que sim. O marketing de conteúdo está passando pelo processo que todos os canais de marketing passam: eficiência altíssima no estágio zero, mais marqueteiros são atraídos, há uma saturação daquele canal que gera uma eficiência baixíssima no estágio final.
Por exemplo, em 1994, o primeiro banner online tinha um CTR (Click-Through Rate) de 94% (good times that will never come back). Quando passamos para 2014, vemos que o CTR de um ad no Facebook é de 0,05%. São tempos difíceis, meus caros.
Bom, tenho quatro motivos pra você sentir um pingo de esperança nesse seu coração que só quer aumentar a taxa de conversão um pouquinho. Eu te entendo. E aqui vai:
Algumas startups cometem o erro de achar que marketing de conteúdo se resume a postar artigos relacionados ao seu negócio, vincular algumas palavras-chave, fazer alguns eBooks pra conseguir leads, mandar uma cacetada de e-mail marketing e ponto. Mas vai muito além disso.
Futuramente, devido a uma exigência criada pelo mercado, os melhores produtores de conteúdo terão o perfil de um gerente de produtos. Ou seja, analisarão as ações que tem um maior impacto no resultado, priorizarão tais ações e coordenarão equipes para chegar aos objetivos que foram traçados.
Contratar estagiários e mandarem eles escreverem o que vier na telha e ver o que acontece não vai mais funcionar. Ou melhor, já não funciona. Esse panorama mudou para uma visão muito mais séria baseada apenas em ações que entregam resultados concretos e tangíveis, como deve ser.
Temos algumas reflexões a se fazer sobre aquilo que escrevemos e seu verdadeiro valor.
E eu já vou deixar bem claro, a sua opinião não importa. Desculpa, mas não importa. A única opinião que realmente é relevante é a do seu cliente. É ele que vai definir qualidade, ele que vai definir valor, ele que separa o bom do péssimo.
Outra coisa. Inbound sem qualidade não existe. Vai contra o próprio nome. Como você espera atrair clientes sem um conteúdo de qualidade? Ninguém é santo não.
Conteúdo de qualidade é aquele que você não precisa promover (muito) para que exista engajamento, leads e backlinks. E existe apenas uma forma de você saber se seu conteúdo tem qualidade ou não: RESULTADOS. Resultado é a coisa mais importante que você deve levar em consideração, depois vem qualidade.
Mas calma, não precisa se desesperar se você acabou de começar e só tem 80 visitas mensais. Lembre-se, marketing de conteúdo é uma estratégia de longo prazo. Continue escrevendo com qualidade, impulsionando de maneira correta e usando os canais corretos que com o tempo as coisas vão melhorar eventualmente.
Você pagaria pelo que está escrevendo? Se você perguntasse isso para seus clientes e a maioria deles falasse que não, quer dizer que seu conteúdo AINDA não tem um valor alto o suficiente. Trabalhe para que seus artigos e ebooks sejam algo presente e vital no cotidiano do seu público-alvo: isso é qualidade.
Segundo a Drift e a Mattermark, 20% das startups B2B que mais crescem nem sequer têm um blog. Logo, está provado que não é necessário se ter uma estrategia de content bem definida para que uma startup apresente um crescimento expressivo. Além disso, 16% não oferecem qualquer material fechado para captação de leads. Assustou agora?
Mas será que isso é ruim? Acredito que não. Apenas significa que agora percebemos que geração de tração por meio de content é apenas meio caminho andado e que não é tão milagroso quanto tantos acham.
Por exemplo, segundo Gabriel Weinberg, escritor do livro “Traction”, marketing e crescimento devem andar em paralelo com desenvolvimento de produto. E é justamente esse o segredo.
As duas coisas se complementam. Quanto mais usuários você adquirir e ativar, mais feedbacks para melhorar o seu produto. E o ciclo começa de novo sempre visando o crescimento contínuo da sua startup.
Nenhum produto medíocre vai suceder com uma estratégia magnífica de content, isso é básico e fácil de entender. Foque onde deve ser focado e não espere por milagres.
Veremos uma onda de aumento de qualidade tremenda que só a alta competitividade pode promover. Os bons permanecerão, os ruins você já sabe.
Veremos o foco se trasferir da quantidade para uma extrema qualidade e variedade de conteúdo. Veremos blogs que antes eram apenas geradores de lead se trasnformando em lindos e otimizados editoriais de material rico que geram muito mais leads.
Marketing de conteúdo é difícil sim, exige criatividade, inteligência, conhecimento de setor, e inovação. Ainda temos muito pela frente. A jornada é longa, é difícil mas no final é gratificante.
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