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Equipes enxutas e altamente qualificadas: como a configuração apropriada do time de produto pode contribuir para alinhar as metas estratégicas com as necessidades dos clientes? A capacidade de adaptar a composição e o tamanho da equipe às demandas do mercado é crucial para o sucesso sustentável. A escolha de uma equipe compacta, mas eficiente, reflete não apenas uma estratégia operacional inteligente, mas também uma abordagem profundamente alinhada com os valores e objetivos da empresa.
Para explorar estratégias eficazes na formação de times de produto, conversamos com Lucas Gilbert, CPO da Allu. Ele compartilhou insights sobre como estruturar suas equipes de modo a garantir que elas estejam sincronizadas tanto com os objetivos estratégicos da organização quanto com as demandas específicas de seus clientes.
BossaBox — Como é estruturado e dimensionado o time de produto na Allu, e quais metodologias ou critérios você utiliza para garantir que o tamanho e a composição da equipe estejam alinhados com os objetivos estratégicos da empresa?
Lucas Gilbert — Na Allu, organizamos o time de produto de um jeito bem estratégico, mirando diretamente nas necessidades dos nossos clientes. Temos três grupos principais que atendemos: os assinantes, os investidores e as equipes internas. Para cada um desses grupos, montamos um squad específico: Consumer Products, Financial Products e Internal Products. Cada squad é composto por uma pessoa de produto, um designer, um tech lead e desenvolvedores. Essa galera fica focada permanentemente em seu respectivo cliente, o que permite uma imersão total nas necessidades específicas e no valor que podemos criar tanto para o cliente quanto para a Allu.
Acreditamos muito no poder de um time sênior, que consiga pegar as nuances do nosso modelo de negócio, que não é nada simples, e que tenha fácil acesso a todos os stakeholders importantes. Por isso, optamos por um time mais enxuto, mas super capacitado, priorizando profissionais com uma visão de negócios afiada e uma tomada de decisão sólida, ao invés de só experiência em produto. A parte técnica, a gente consegue trazer o pessoal para o mesmo nível mais rapidamente, então o foco mesmo é na capacidade de entender e agir dentro do complexo ecossistema em que operamos.
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BossaBox — Quais estratégias ou práticas você implementaria para aumentar a eficiência de uma equipe de produto sem comprometer a qualidade do mesmo?
Lucas Gilbert — Para turbinar a eficiência da equipe de produto mantendo a qualidade no topo, a chave é focar em clareza, agilidade e crescimento contínuo. Primeiro, é essencial ter rotinas bem estabelecidas e uma visão clara da estratégia da empresa — isso garante que todos saibam exatamente o que fazer e por quê. Manter um pulso firme em nosso progresso no roadmap e ter um sistema rápido para testar novas ideias também é crucial.
Além disso, abraçar o feedback constante e a rápida iteração ajuda a manter a equipe alinhada e o produto em sintonia com as necessidades do mercado. Usar ferramentas que automatizem o trivial e investir no desenvolvimento de habilidades, especialmente em metodologias ágeis, faz toda a diferença. E claro, uma comunicação cristalina é fundamental para manter todos na mesma página.
Por último, dar autonomia aos membros da equipe eleva a responsabilidade e fomenta a inovação. Isso não só acelera processos mas também empodera todos a tomar decisões assertivas. Assim, a gente consegue não apenas ser mais eficiente, mas também impulsionar o sucesso do nosso produto sem abrir mão da qualidade.
BossaBox — Quais são os três principais desafios que você acredita que os CPOs enfrentam no contexto atual do mercado e como esses desafios impactam as estratégias de desenvolvimento de produto?
Lucas Gilbert — Os CPOs enfrentam uma série de desafios significativos no mercado dinâmico de hoje, e entender esses desafios é crucial para moldar estratégias eficazes de desenvolvimento de produto. Aqui estão os três principais:
Esses desafios impactam diretamente as estratégias de desenvolvimento de produto ao exigir um foco constante na adaptabilidade, na capacitação em data-driven e na comunicação eficaz entre departamentos. Os CPOs bem-sucedidos são aqueles que conseguem navegar por essas complexidades, adaptando-se continuamente para manter seus produtos relevantes e alinhados com as necessidades do mercado e os objetivos da empresa.
BossaBox — Como você gerencia a definição e o ajuste das prioridades de produto na Allu diante de mudanças dinâmicas no mercado? Em que situações você considera essencial uma revisão completa dessas prioridades?
Lucas Gilbert — Na Allu, temos uma visão bem definida do impacto que queremos causar no mundo, e isso direciona nosso roadmap para alinhar-se perfeitamente aos objetivos da empresa. No entanto, estamos sempre atentos ao dinamismo do mercado, o que nos leva a ajustar nossas prioridades de produto regularmente, de sprint em sprint. Para isso, realizamos encontros semanais que reúnem as lideranças de produto e representantes da engenharia de dados. Nessas reuniões, refinamos nosso roadmap, alinhamos prioridades e nos adaptamos a quaisquer novidades ou mudanças significativas que surgem.
Uma revisão completa das prioridades se faz essencial quando há uma mudança no plano estratégico da empresa, o que não é tão incomum, dado que somos uma startup em busca de solidificar nossa posição no mercado. A equipe de produto na Allu é peça-chave para construir o futuro da empresa, sempre com o objetivo de maximizar o valor entregue aos nossos clientes, colaboradores e ao negócio como um todo. Adaptabilidade e visão estratégica são essenciais para mantermos nossa trajetória ascendente e relevante.
BossaBox — Quais são os indicadores de que uma equipe de produto precisa ser expandida para atender às demandas de crescimento da empresa?
Lucas Gilbert — Na Allu, acreditamos em manter nossos squads enxutos, o que significa que eles se dividem, como em um processo de mitose, quando o escopo do projeto cresce demais para ser gerenciado eficientemente por apenas um squad.
Alguns sinais de que um squad pode precisar se dividir para continuar atendendo às demandas de forma eficaz:
Esses indicadores nos ajudam a manter nossos squads ágeis e focados, garantindo que eles possam continuar a inovar e responder rapidamente às mudanças sem perder a qualidade ou a eficácia.
BossaBox — Quais características fundamentais você acredita que distinguem uma equipe de produto de alto desempenho?
Lucas Gilbert — Na Allu, temos uma visão clara sobre o que faz uma equipe de produto se destacar e entregar resultados excepcionais. Acreditamos firmemente que um profissional de produto deve exceler em três áreas fundamentais: saber priorizar as tarefas mais impactantes, garantir que estamos sempre alinhados com a direção estratégica da empresa, e servir como uma ponte eficaz entre as necessidades da empresa e as expectativas dos clientes, mantendo um relacionamento sólido com todas as partes envolvidas.
Se fosse para resumir um time de produto de alto desempenho em três palavras, seriam: enxuto, sênior e estratégico. Essas características não apenas definem o nosso modo de operar, mas também são cruciais para garantir que a equipe mantenha sua agilidade, tenha a maturidade necessária para entender profundamente as nuances do negócio e execute com uma visão estratégica clara, o que é essencial para navegar no dinâmico mercado atual. Esses elementos combinados criam uma equipe que não apenas atende, mas supera as expectativas, impulsionando o sucesso contínuo da empresa.
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