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Imagine liderar uma equipe responsável por sustentar operações que impactam milhões de usuários enquanto enfrenta demandas globais, prazos apertados e recursos limitados. Essa é a realidade de Mirella Garcia, Coordenadora de Sustentação na Natura. Seu papel exige mais do que resolver problemas: é sobre prever falhas, equilibrar prioridades e transformar dados em decisões que garantam estabilidade e evolução.

Nesta conversa, Mirella compartilha suas estratégias para lidar com desafios diários, explica como identificar sinais de que uma equipe precisa mudar e reflete sobre o equilíbrio entre métricas técnicas e impacto real no negócio. Um olhar único sobre o que significa liderar Sustentação com eficiência e propósito.

BossaBox — Quais são os principais desafios que você vê coordenadores de TI enfrentando atualmente? Como você tem navegado por esses obstáculos em sua jornada?

Mirella Garcia Coordenadores de TI enfrentam desafios como:

  • Rápida evolução tecnológica, exigindo constante atualização de ferramentas e metodologias.
  • Pressão por alta disponibilidade e performance, especialmente em ambientes críticos de sustentação.
  • Gestão e engajamento do time
  • Gestão de incidentes críticos distribuídos, que envolvem múltiplos países e recursos limitados.

A navegação por esses desafios exige:

  • Adoção de metodologias ágeis para priorização e resolução eficiente de problemas.
  • Monitoramento proativo, que antecipa falhas antes de impactar o negócio.
  • Treinamento constante das equipes, para lidar com novas tecnologias e cenários de crise.
  • Priorização de incidentes pelo impacto (ex.: SEV 0/SEV 1), com uma abordagem colaborativa e resolutiva.

BossaBox — Quais são os sinais claros de que uma estrutura de um time de tech deixou de ser eficiente e precisa ser revisada? Como você identifica o momento certo para redesenhar o time?

Mirella Garcia Sinais claros incluem:

  • Atrasos constantes na entrega de soluções ou projetos críticos.
  • Aumento de incidentes sem resolução ágil, indicando sobrecarga, baixa qualidade de desenvolvimento ou falta de preparo.
  • Desalinhamento entre equipes e stakeholders, evidenciado por falhas de comunicação e feedbacks negativos.
  • Backlog crescente, mostrando ineficiência na priorização e resolução de demandas.

Para identificar o momento certo:

  • Acompanhe métricas de desempenho, como SLA, MTTR (Tempo Médio de Resolução) e volume de tickets abertos.
  • Realize retrospectivas regulares com a equipe, identificando gargalos e promovendo ajustes.
  • Avalie a capacidade do time em atender novas demandas sem comprometer a operação atual.

BossaBox — Quais métricas você considera mais importantes para medir a eficiência e o impacto da área de sustentação? E quais métricas, na sua visão, podem ser enganosas ou irrelevantes?

Mirella Garcia Métricas essenciais:

  • MTTR (Tempo Médio de Resolução) e tempo de resposta inicial.
  • Cumprimento de SLAs, garantindo confiabilidade e previsibilidade.
  • Disponibilidade de sistemas e impacto em usuários finais: número de transações ou consultas impactadas.
  • Volume de correções definitivas versus tickets abertos, indicando o foco em causas-raiz.

LEIA TAMBÉM: Como DevEx e Métricas DORA podem transformar a gestão e o desempenho do time

Métricas enganosas:

  • Taxa de atendimento rápido, que pode mascarar diagnósticos superficiais.
  • Número total de tickets fechados, sem considerar qualidade na resolução ou recorrência de problemas.

BossaBox — Quando o ROI de uma iniciativa não é claro, como você equilibra decisões baseadas em dados com a intuição e experiência de liderança?

Mirella Garcia Quando o ROI não é mensurável de forma imediata, a estratégia é equilibrar dados operacionais com a experiência acumulada:

  • Priorize iniciativas que garantam continuidade operacional e estabilidade, mesmo sem retorno financeiro claro.
  • Utilize dados qualitativos (ex.: feedbacks de usuários e impacto na experiência).
  • Confie na intuição baseada em cenários similares, alinhando decisões a objetivos estratégicos de longo prazo.

Para decisões mais arriscadas, envolva stakeholders e promova projeções baseadas em cenários.

BossaBox — Na área de sustentação, como você demonstra o valor das melhorias operacionais para o negócio? Quais estratégias funcionam para comunicar o impacto de iniciativas não diretamente ligadas a receita?

Mirella Garcia

  • Relacione melhorias operacionais com redução de custos indiretos (ex.: menos incidentes, maior eficiência de processos).
  • Mostre evolução de indicadores-chave (ex.: MTTR, disponibilidade, satisfação de usuários).
  • Elabore relatórios visuais destacando ganhos como aumento de estabilidade e redução de problemas.
  • Realce o impacto na experiência do cliente e confiança do negócio.

Estratégias:

  • Use exemplos concretos: “Após a implementação X, reduzimos o tempo de indisponibilidade em Y%”.
  • Realize reuniões regulares para alinhamento com áreas de negócios, traduzindo ganhos técnicos em resultados práticos.

BossaBox — Se você fosse organizar uma mesa redonda entre lideranças de tech e produto, que temas quentes não poderiam faltar? Existe algum assunto que está sendo subestimado, mas deveria receber mais atenção?

Mirella Garcia Temas essenciais:

  • Integração contínua entre tech e produto, com foco em agilidade no desenvolvimento e sustentação.
  • Gestão de incidentes globais, promovendo harmonização entre diferentes países, operações e tecnologias
  • Evolução tecnológica versus sustentabilidade: como inovar reduzindo impacto ambiental e custos operacionais.

Assunto subestimado:

  • Sustentabilidade tecnológica (Green IT): práticas para maior eficiência energética e uso consciente de recursos.
  • Importância de uma cultura de prevenção e resiliência, ao invés de apenas reação a crises.

 

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