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É crucial compreender que o UX/UI vai além do visual, envolvendo a usabilidade, a identificação de necessidades e a criação de soluções eficazes. Muitas empresas, contudo, ainda cometem equívocos ao limitar o papel do design à estética, subestimando sua capacidade de resolver problemas e melhorar a experiência do usuário.

Convidamos Stefano Maglovsky, especialista em UX/UI, para compartilhar suas experiências e conhecimentos sobre os equívocos comuns que prejudicam equipes e empresas nesse campo. Destacaremos a importância de uma abordagem mais ampla e estratégica no design de produtos digitais.

BossaBox — Quais são os equívocos comuns sobre UX/UI que podem prejudicar a empresa ou a equipe?

Stefano Maglovsky É muito comum ouvir coisas como: “vamos levar para os designers, assim eles deixam isso bonito”. E esse “isso” pode ser qualquer coisa. Esse tipo de pensamento rebaixa o design. Ou seja, há uma ideia equivocada de que o design é apenas para tornar as coisas bonitas, o que subestima sua importância.

Além disso, a crença de que o design é exclusivamente responsabilidade do designer cria lacunas. E a suposição de que todos sabem o que querem contradiz o propósito do design de suprir necessidades desconhecidas. Isso resulta em produtos esteticamente atraentes, porém desconectados dos usuários e sua função.

BossaBox — Ao estruturar a equipe de UX/UI, quais aspectos são prioritários para garantir eficiência e qualidade?

Stefano Maglovsky Priorizo a diversidade de habilidades na equipe, sem necessariamente precisar de um grande número de membros. Assim como em um jogo de MMORPG, cada membro desempenha um papel único, e a comunicação clara e aberta é essencial para o sucesso da equipe.

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BossaBox — Quais métricas são mais valiosas para medir o sucesso das entregas da equipe?

Stefano Maglovsky As taxas de conversão são essenciais para entender quantos usuários estão realizando ações desejadas no produto. Além disso, dados como região de interação, faixa etária e dispositivos utilizados fornecem insights valiosos para ajustes e melhorias.

BossaBox — Quais práticas de UX/UI são menos eficazes atualmente e quais continuam relevantes?

Stefano Maglovsky Abordagens excessivamente centradas no designer e processos lineares são menos eficazes em ambientes ágeis. Pesquisas, testes de usabilidade e interações contínuas são fundamentais para o sucesso dos projetos.

BossaBox — Quais são os principais obstáculos na integração de colaboradores externos e como minimizá-los?

Stefano Maglovsky O idealismo pode ser um obstáculo, já que o modelo tradicional de hierarquia está sendo substituído por equipes multidisciplinares e ágeis. A comunicação clara e a colaboração são essenciais para superar esses desafios.

Hoje tudo é rápido, ágil, MVP, equipes multidisciplinares, pessoas do mundo todo, alocadas em lugares diferentes e interagindo ao mesmo tempo. É isso. Aquele modelo (ideal) em que só um manda, o cara dentro do aquário, já era. E que bom, né.

BossaBox — Como os times de UX/UI de menor porte podem se manter competitivos e eficazes?

Stefano Maglovsky A atualização constante é crucial. Assim como na arte, é necessário praticar e utilizar as ferramentas disponíveis para acompanhar as demandas do mercado. A citação de Walt Stanchfield, “Todos temos 10 mil desenhos ruins dentro de nós. Quanto antes nos livrarmos deles, melhor”, resume bem essa ideia de aprimoramento contínuo.

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