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Olá! Hoje, decidimos abrir um pouco mais as portas da Bossa para conversarmos sobre um tema super importante: diversidade na tecnologia. Muito se fala sobre essa questão, hoje em dia, mas nem sempre é fácil encontrar informações sobre como as mudanças realmente acontecem dentro das empresas. Pensando nisso, resolvemos escrever uma série de posts pra te contar um pouco mais sobre como vem sendo o nosso desenvolvimento. Espero que você embarque nessa com a gente e que tenhamos uma troca rica sobre o assunto. Assim, podemos tornar a Bossa e a sua empresa mais diversas!!

 

Como tudo começou…

A BossaBox foi fundada por 4 homens e, lá no início, foi feita a contratação de uma desenvolvedora. Por cerca de um ano, a empresa atuou na configuração de seis homens e uma mulher. A entrada dela deu início a discussão sobre gênero e alguns pontos passaram a estar presentes nas conversas do dia a dia. 

Por exemplo, passamos a falar mais sobre a importância de nos comunicarmos de forma neutra, tanto no dia a dia, quanto em nossos textos. Você já reparou como usamos “cara” pra tudo?! Pois bem, aqui tentamos sempre falar sobre “pessoas”. Também conversamos sobre a importância de criar vagas com descrições mais realistas, pois sabemos que a régua das mulheres é muito mais alta ao se candidatar que a dos homens.

Mas nem tudo são flores, mesmo com a empresa se mostrando um lugar seguro e que não discrimina as pessoas por gênero, era clara a dificuldade que a única mulher da equipe sentia para expressar suas opiniões em diversas situações, afinal, não é fácil ser a única pessoa “diferente” em um espaço.

 

Por que estamos falando sobre isso?

Pra te mostrar que, embora seja muito importante contratar pelo menos uma pessoa que faça parte de alguma “minoria”, isso não é o suficiente. E vivemos isso na pele. 

Quando mais uma mulher entrou para o time, uma grande diferença foi percebida. O tópico diversidade ganhou mais força e as vozes femininas passaram a ser mais ouvidas. Entretanto, ainda havia problemas a serem resolvidos.

As mulheres acabavam se questionando em vários momentos se aquele era mesmo um espaço que elas podiam ocupar. Passaram a perceber que um ambiente masculino, mesmo que seguro, dificultava sua conexão com toda a empresa, e podia até estar prejudicando o desenvolvimento de suas carreiras. Desse sentimento, nasceu uma pressão maior para o aumento do número de mulheres, e a empresa como um todo abraçou isso. Outra profissional foi contratada e o sentimento de pertencimento aumentou, mas ficou claro que sempre iríamos sentir a necessidade de mais, de chegar ao equilíbrio. Hoje, estamos bem perto disso, e a diferença é absurda.

 

E a base de profissionais?

Uma vez que a questão gênero já estava sendo bastante debatida internamente, passamos a olhar também para nossa base de profissionais remotos. Ao coletarmos os dados, levamos um susto. O número de mulheres de tecnologia cadastradas e atuando em projetos era baixíssimo!
Logo depois, recebemos o feedback de uma usuária deficiente visual, sobre diversos problemas com nossa plataforma. A partir daí, sentimos a necessidade de entender melhor o que diversidade significa, quais são os diferentes grupos que existem quando falamos sobre isso e quais são as necessidades de cada um. De cara, vimos que havia muito trabalho pela frente.

 

Pequenas ações podem ter grandes impactos

Alguns membros da equipe passaram, então, a disseminar mais o tema diversidade na empresa. Semanalmente, temos uma reunião denominada All Hands: uma hora na semana em que qualquer pessoa pode trazer um tópico que julgue pertinente para o restante da equipe. 

Esse espaço foi usado, tanto para apresentar os dados sobre gênero em nossa base, quanto para falar sobre acessibilidade. Muitas coisas ditas nessas reuniões contribuíram para melhorias na criação do novo produto, em nossa comunicação, em nossa forma de pensar como empresa. Permitindo que a Bossa consiga chegar em uma gama cada vez maior de pessoas. Um exemplo foi que, uma das colaboradoras, imediatamente passou a colocar legendas nas fotos do Instagram para pessoas com deficiência visual.

Estamos te contando isso pra que você veja como às vezes uma hora de conteúdo pode abrir os olhos de várias pessoas, e dar o pontapé inicial para que diversas mudanças acontecem. 

 

Diversidade muito além do gênero

Pelo que conversamos até aqui, deve estar claro que nos preocupamos em ter uma equipe diversa, entretanto, é evidente que focamos muito mais na questão de gênero. E, embora já soubéssemos disso, nos chocamos esse ano, ao tirar uma foto geral da empresa.

Apesar de termos quase equilibrado o número de colaboradoras e colaboradores – hoje a Bossa conta com 10 mulheres e 11 homens – nosso time ainda é composto apenas por pessoas brancas, de classe social média-alta, sem qualquer tipo de necessidade especial ou diversidade étnica. 

Isso não nos deixa satisfeitos, mas sabemos que a mudança é gradual, e que é uma questão de tempo e ações efetivas para mudarmos essa realidade.

Apesar de saber que ainda estamos bem longe do ideal, aprendemos a comemorar nossas conquistas, como ter pessoas LGBTQI+ no nosso time, o que nos deixa muito felizes e mostra que as pessoas estão começando a ver a Bossa como um lugar seguro e bom para se trabalhar. E isso se dá pela construção de uma cultura incrível, que respeita e dá voz a todas as pessoas.

 

A criação de um comitê de diversidade.

Após todos esses acontecimentos, notando que – mesmo com a equipe crescendo – em reuniões onde toda a empresa estava presente, era comum haver discussões sobre o assunto. Sendo diversidade e inclusão um dos pilares da Bossa e nosso propósito “Empoderar as pessoas que transformam”, pensamos:  por que não tornar mais sólido algo que já está em constante debate e é uma preocupação da equipe? Se já temos a pretensão de mudar a vida das empresas e pessoas que caminham conosco, por que não mudar de uma forma mais efetiva, com responsabilidade social?

A resposta para todas essas perguntas foi a construção do nosso comitê que, inicialmente, era composto apenas pelas mulheres da empresa e acontecia quinzenalmente. No começo, sentimos que estávamos perdidas. Sem saber ao certo por onde começar e quais iniciativas poderíamos agregar, mas tivemos calma. Olhando para tudo que passamos, o ponto chave para termos conseguido difundir ainda mais sobre, com certeza está alinhado a ter calma e um bom planejamento, mesmo que inicial. O mais importante já está acontecendo. 

Para continuar acompanhando a nossa jornada rumo a uma organização diversa e inclusiva, basta acompanhar os próximos artigos. Até a próxima!

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