A importância dos investimentos financeiros para freelancers
Por Mateusão - mestre das planilhas e do financeiro aqui na BossaBox

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Uma das melhores vantagens da vida de freelancer é que ela oferece muita liberdade para organizar sua agenda e trabalhar de forma flexível. No entanto, a folga econômica nem sempre é tão grande quanto essa flexibilidade de tempo.

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Se você é um freelancer e não tem controle sobre suas finanças, você tem um problema. Não apenas porque você não sabe quanto dinheiro está entrando e quanto está saindo agora, mas também porque provavelmente está prejudicando suas chances de crescer e se estabelecer profissionalmente.

Já comentei por aqui a importância e as vantagens de organizar um planejamento financeiro. Nesse texto de hoje, vou abordar alguns pontos importantes sobre investimentos que podem ser feitos com aquela grana que sobrar ou que você economizar no mês, vamos lá?

Importância dos investimentos para freelancer 

Vamos imaginar um cenário: você termina um projeto que estava te gerando uma boa renda, mas você encontra dificuldades de já iniciar em outro projeto imediatamente. 

Se você depende 100% da sua renda ativa, esse cenário pode ser um problema, porém se você possuir uma renda passiva considerável, você possui até mesmo mais poder de barganha para só aceitar projetos que façam sentido para você profissionalmente e não apenas aquele que está disponível para te gerar renda naquele momento.

O que é renda fixa e renda variável?

Essas são as duas grandes categorias onde pode ser encaixado qualquer tipo de investimento. Renda fixa é uma aplicação onde você tem mais previsibilidade da sua rentabilidade e sabe exatamente qual o prazo que essa rentabilidade vai vir, assim como o prazo de validade do investimento.

Renda Fixa

Dentro de renda fixa, existem dois principais campos, os títulos públicos e privados. Sendo eles:

  • Títulos públicos: Tesouro pré-fixado, Tesouro IPCA+, Tesouro SELIC. Esse último é conhecido como sendo o investimento mais seguro do Brasil já que é emitido pelo tesouro nacional e rende exatamente a taxa SELIC, a taxa de juros básica da economia brasileira. Essa é uma excelente opção inclusive para se guardar uma reserva de emergência já que é mais seguro do que a poupança (já que aqui, você está emprestando seu dinheiro para o governo nacional, não para um banco, como é o caso da poupança), possui mais rentabilidade, é pós fixado e conta com liquidez diária, isso é, caso você queira o recurso de volta, o dinheiro estará disponível na sua conta em um ou dois dias úteis
  • Títulos privados: CDBs, LCIs, LCAs, entre outros. Aqui, saber de cor essas siglas não é tão relevante, no geral é suficiente entender como funciona aplicar num título privado e o que isso significa. Títulos privados são aqueles emitidos por empresas ou bancos, onde você empresta seu dinheiro para essas instituições e obtém juros em troca.

Renda Variável

Já a renda variável conta com uma lógica diferente. Aqui, os investimentos não tem previsão exata de retornos (daí o nome, variável) nem tem data de vencimento. Isso ocorre devido ao fato que essa categoria possui uma volatilidade muito maior, é muito mais arriscada, porque o retorno depende no fundo da lei de oferta e demanda de cada ativo. 

Aqui é importante entender uma relação bem direta do mercado financeiro: a relação entre risco e retorno. Renda variável é bem mais arriscada do que renda fixa, mas no longo prazo entrega muito mais retorno. 

No geral funciona assim, se você está disposto a tomar mais risco pelo montante investido, você vai esperar em troca receber mais retorno já que, se o retorno for o mesmo, bastaria investir de forma mais segura. É por isso que sua reserva de emergência deve estar na renda fixa. 

Na renda variável você deve investir um recurso que você não vai precisar tão cedo, aqui é necessário investir pensando no longo prazo, isso é, algo como 5, 10, 15 anos ou até mesmo pensando na sua aposentadoria. Alguns exemplos bem comuns de investimentos em renda variável são:

  • Ações de empresas: Comprar uma ação de uma empresa é como se “tornar dono” de um pedacinho dessa empresa. Se for uma empresa saudável financeiramente, capaz de gerar caixa e produzir riqueza, o valor da ação tende a subir, te beneficiando. Além disso, a empresa pode distribuir parte do seu lucro aos acionistas na forma de dividendos. Isso aqui é um excelente exemplo de renda passiva. Você compra ações de uma empresa na qual você acredita em seus fundamentos e recebe, ao longo do tempo, valores em sua conta bancária sem você precisar ter feito nada. 
  • Fundos imobiliários: A lógica é parecida com as ações, ao comprar um fundo imobiliário você está se tornando dono de uma pequena parte de vários empreendimentos. No geral, faz parte da cultura do brasileiro pensar em comprar um imóvel para alugar e assim receber a renda do aluguel todos os meses. Com fundos imobiliários ocorre o mesmo fenômeno com a diferença que você não vai precisar ativamente zelar pela gestão dos imóvel, você vai delegar essa parte para o fundo e em troca receber os proventos. Fundos imobiliários são obrigados por lei a distribuir 95% dos lucros aos acionistas e a grande maioria deles fazem isso todos os meses. Então é outra forma inteligente de construir renda passiva previsível e consistente.
  • Fundos de ações: Caso você não goste ou não tenha tempo de analisar uma empresa a fundo, você pode ao invés disso investir num fundo de ações. Esse fundo conta com profissionais que vão aplicar seu recurso com uma estratégia mais definida e que podem te prover um retorno interessante.

Quais são os melhores investimentos para mim?

Como já vimos, renda fixa é para mais segurança e previsibilidade e é onde deve estar sua reserva de emergência, renda variável é onde você vai construir seu patrimônio e onde tem mais potencial de valorização e de geração de renda passiva. 

Antes de aplicar em qualquer uma dessas opções é preciso ter bem claro qual é o seu perfil de risco e qual seu objetivo com cada investimento. 

Vamos ver quais são os perfis mais comuns. Assim você pode ver com qual você se identifica:

1) Perfil conservador
O investidor conservador caracteriza-se por preferir a segurança ao risco, mesmo que isso implique um retorno menor. Seu maior interesse é preservar seu capital e seu poder aquisitivo.

2) Perfil moderado
Já aqui, esse investidor está disposto a tolerar algum risco para obter maiores retornos, mas sem exagerar. Geralmente investe a maior parte de suas economias em renda fixa e uma pequena quantia em renda variável para obter esse retorno extra.

3) Perfil agressivo
Por fim, o perfil agressivo, como você pode imaginar, é aquele que busca mais rentabilidade em troca de assumir os maiores riscos. Ou seja, corre riscos em troca de possíveis lucros maiores e que geralmente são no longo prazo. 

Como você pode ver, definir e entender o perfil de investidor é essencial para investir de forma criteriosa e sem cometer erros.

Independentemente do seu perfil, eu recomendo que você tenha em mente dois pontos importantes. O primeiro é a construção de uma reserva de emergência, uma quantia separada e de fácil acesso. A segunda é a diversificação de investimentos. Ao diversificar bem seus ativos, é possível obter renda em qualquer cenário econômico. 

 

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