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Por muito tempo, a área de tecnologia era vista como aquele “departamento que apaga incêndios”. Hoje, isso mudou completamente. A tecnologia saiu de trás das cortinas e agora está no palco principal, sendo parte essencial de como as empresas operam e competem no mercado. Uma pesquisa recente com 115 líderes de TI no Brasil, como CIOs e CTOs, confirma essa transformação. Esses profissionais não estão mais apenas resolvendo problemas técnicos, agora eles têm um papel crucial nas decisões estratégicas das empresas.
O estudo revela que 30,4% desses líderes já veem suas áreas como parceiras estratégicas, desempenhando um papel fundamental na criação de oportunidades e ganhos de eficiência por meio da tecnologia. No entanto, o caminho para essa transformação ainda não está totalmente consolidado. Apenas 12,2% dos entrevistados se consideram “conselheiros confiáveis” para a alta liderança, mostrando que a plena integração entre TI e decisões estratégicas ainda está em fase de construção.
Esse cenário reflete o momento de transição que muitas empresas estão vivendo. Como já falamos por aqui, estamos saindo de um modelo reativo para um modelo proativo e estratégico, o que implica uma transformação significativa nas expectativas em relação ao CIO e CTO. A transformação digital não é mais um conceito abstrato, é uma necessidade real para a competitividade. Entretanto, 44,3% das empresas ainda operam com uma TI centralizada, focada principalmente em demandas operacionais, o que limita sua capacidade de influenciar diretamente a estratégia empresarial.
O estudo também aponta para uma lacuna entre o planejamento e a execução da transformação digital. Embora 80,9% dos líderes de TI afirmem que suas empresas têm uma estratégia digital definida, muitas ainda não conseguiram aplicar essa estratégia de forma integrada com o negócio. Apenas 16,5% dos entrevistados disseram que a TI está provocando os executivos a repensar seus modelos operacionais sob uma visão digital — um sinal claro de que ainda há muito potencial a ser explorado.
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O ponto crucial é que maturidade digital não é apenas adotar novas tecnologias, mas repensar o negócio com uma mentalidade voltada para dados e inovação. O papel do CIO e CTO precisa evoluir de “solucionadores de problemas” para orquestradores estratégicos, capazes de antecipar tendências e moldar o futuro da empresa.
Aqui entra o conceito, apresentado na pesquisa, do Augmented CTO: um líder que não apenas entende de tecnologia e negócios, mas que domina as ferramentas de dados, analytics e metodologias ágeis para transformar tecnologia em vantagem competitiva. Esses líderes são capazes de transformar a TI em um verdadeiro motor de inovação, antecipando demandas e propondo soluções que impactam diretamente no sucesso do negócio.
Na prática, isso significa que esses líderes precisam fazer mais do que implantar tecnologias. Eles devem traduzir dados em ações concretas, identificando novas oportunidades de negócios, otimizando processos e até influenciando a cultura organizacional.
Mesmo com o crescente reconhecimento da TI, os líderes de tecnologia enfrentam uma pressão enorme por resultados rápidos e tangíveis. A fase das promessas de transformação digital já passou. Agora, é preciso mostrar o valor gerado por essas iniciativas. CIOs e CTOs precisam equilibrar o desejo de inovar com a necessidade de provar que os investimentos em tecnologia estão trazendo resultados concretos — e esse é um dos maiores desafios.
De acordo com o estudo, 59% dos entrevistados já utilizam metodologias ágeis e 45% trabalham com estratégias digitais de curto prazo, entre um e dois anos. Esse foco na agilidade é crucial, mas não suficiente. A verdadeira vantagem competitiva surge quando a TI não só responde às demandas, mas antecipa problemas e oportunidades, sendo proativa.
Isso significa que, no futuro, a TI precisará desafiar as convenções, trabalhar de forma integrada com outras áreas e assumir um papel de destaque nas decisões estratégicas.
A pesquisa mostra que, embora a TI esteja avançando nesse caminho de integração, ainda há um longo percurso para que ela seja vista como motor de transformação e não apenas como suporte. O diferencial para o futuro está na capacidade dos CIOs e CTOs de transformar a TI em uma parceira estratégica, que antecipa as mudanças e impulsiona a organização com base em dados e inovação.
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