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Nos últimos anos, a gestão de times de tech passou por profundas transformações. Com a evolução acelerada da tecnologia e as demandas cada vez mais complexas do mercado, os modelos tradicionais de estruturação de equipes de tecnologia têm sido questionados quanto à sua eficiência.
Nesse cenário em constante mudança, convidamos Giovanni Abate Neto, CTO na Sami, para compartilhar sua visão e experiência. Em uma entrevista exclusiva, ele aborda os desafios reais de liderar um time de tecnologia nos dias de hoje, respondendo a 6 perguntas essenciais sobre o tema.
BossaBox — Quais são os maiores desafios de liderar uma equipe de tecnologia em uma Healthtech em comparação com outras indústrias?
Giovanni Abate — Temos vários: primeiro que o ambiente de desconfiança entre paciente, plano de saúde, hospitais e clínicas é enorme – ninguém confia em ninguém, todos acham que estão sendo lesados. Aqui na Sami, acreditamos que para resolver esse problema, precisamos dessa criação de confiança em todos esses relacionamentos.
Temos também as informações que são muito fragmentadas: cada um tem uma pequena parte da jornada de quem precisa de atendimento. Quando conseguimos compartilhar esses dados entre todos na cadeia, conseguimos ter uma visão mais holística dos nossos membros e isso tem resultados incríveis. Para fazer saúde de qualidade não adianta analisarmos somente uma foto do paciente, precisamos ver o filme inteiro.
Por último, a proficiência técnica de parceiros, que é bastante rudimentar. Para conseguirmos esses dados de forma estruturada, muitas vezes, precisamos de muito esforço. Em outras indústrias, como setor bancário, por exemplo, vemos que isso está mais avançado. Por isso, tirar os projetos do papel em saúde sempre se torna mais desafiador.
Todo este cenário complexo permite que empresas como a Sami possam chegar e fazer diferente.
BossaBox — Além das necessidades do negócio, quais são os fatores críticos que você considera ao avaliar a expansão ou redução da equipe de tech?
Giovanni Abate — Essa discussão é sempre feita em conjunto com todas as áreas da empresa. Identificamos os objetivos que precisamos atingir, as iniciativas que consideramos estratégicas e a quantidade de investimento que temos para executá-las. Isso geralmente nos dá um racional do tamanho de equipe e quantidade de pessoas que precisaremos.
BossaBox — Em sua opinião, quais métricas são ideais para avaliar a eficiência do time de tech?
Giovanni Abate — Isso depende de cada área que temos aqui. Para times de engenharia, estamos começando a utilizar o DORA. Para o time de dados, olhamos mais para qualidade dos dados e performance nas consultas. Para o time de segurança da informação, temos a quantidade de incidentes críticos resolvidos pegos em pentests. E em infra-estrutura, olhamos para uptime e eficiência de custo.
Essas são algumas das métricas que utilizamos.
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BossaBox — Qual modelo de estruturação de times de tech você acredita ter perdido eficiência nos últimos anos, e qual modelo você percebe ter ganhado mais destaque e relevância recentemente?
Giovanni Abate — Acredito que times grandes de tecnologia com escopos fechados e imutáveis, estão ficando cada vez mais em extinção. Nós acreditamos em times de tecnologia menores, mas muito mais conectados ao negócio. Então, ao invés de termos 2 times de 10 pessoas específicas executando todas as demandas enfileirada, por exemplo, preferimos ter 5 times de 4 pessoas multidisciplinares executando diferentes frentes e discutindo as soluções diretamente com as áreas de negócios.
BossaBox — Quais indicadores você considera essenciais para garantir que as metas estabelecidas sejam alcançáveis e relevantes para a equipe de tecnologia?
Giovanni Abate — Nós utilizamos o sistema de OKRs aqui na Sami. Temos objetivos específicos para o time de tecnologia. O intuito em nossos OKRs é sempre tentar balancear as entregas e demandas do negócio da Sami, com a infra estrutura e plataforma sustentáveis a médio e longo prazo.
Utilizamos alguns indicadores como: qualidade de código, documentação e quantidade de bugs por aplicação.
BossaBox — Quais são os elementos básicos ou habilidades essenciais para formar uma equipe de tech de alto desempenho?
Giovanni Abate —Eu acredito muito na colaboração e confiança entre os times. A tecnologia não resolve problemas, ela empodera pessoas a resolve-los. Então, para termos uma equipe de alto desempenho, precisamos das melhores pessoas técnicas e de negócios conectados, atuando na melhor sinergia e com a maior confiança possível. Todas as equipes em que eu presenciei isso, sempre entregaram resultados incríveis.
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